Cistectomia
A cistectomia é um procedimento cirúrgico realizado para remover a bexiga, um órgão importante do sistema urinário responsável por armazenar a urina. Esta intervenção é indicada em várias situações, incluindo câncer de bexiga avançado, lesões traumáticas graves na bexiga, e condições que afetam gravemente a saúde do paciente.
A cistectomia é a remoção cirúrgica da bexiga. Pode ser total, quando toda a bexiga é removida, ou parcial, quando apenas parte dela é retirada. Este procedimento é realizado para tratar condições que afetam a bexiga e que não podem ser tratadas de outras maneiras menos invasivas.
As principais indicações para a cistectomia incluem câncer de bexiga em estágio avançado que não responde a outros tratamentos, e lesões graves na bexiga devido a trauma.
Existem diferentes abordagens para a cistectomia, incluindo:
1.Cistectomia radical: Esta é a abordagem mais comum para o câncer de bexiga avançado. Neste procedimento, além da remoção da bexiga, também são removidos os tecidos circundantes, como parte da uretra, próstata (em homens), útero e parte da vagina (em mulheres), bem como os linfonodos próximos. O objetivo é remover todas as células cancerígenas e prevenir a disseminação do câncer para outras partes do corpo.
2.Cistectomia parcial: Em alguns casos, quando o câncer está localizado apenas em uma parte da bexiga, é possível realizar uma cistectomia parcial, removendo apenas a porção afetada da bexiga.
Após a remoção da bexiga, é necessário criar uma nova maneira para que a urina seja eliminada do corpo. Isso é feito por meio de derivações urinárias, que podem incluir:
1.Derivação ileal condutiva (neobexiga): Nesta técnica, uma porção do intestino delgado (geralmente o íleo) é utilizada para criar uma nova bexiga artificial. O segmento intestinal é moldado e anexado à uretra ou à pele do abdômen, permitindo que o paciente esvazie a urina voluntariamente, de forma semelhante ao que fazia antes da cirurgia. Esta é uma opção popular, pois permite uma continência razoável e uma boa qualidade de vida para muitos pacientes.
2. Derivação urinária ileal ou cólica (ileal ou colostomia): Nesta técnica, uma parte do intestino delgado ou do cólon é utilizada para criar um estoma (abertura) na parede abdominal, através do qual a urina é drenada para uma bolsa coletora externa. Esta é uma opção utilizada quando não é possível preservar a função da uretra ou quando outras condições médicas impedem a reconstrução da bexiga.
3.Derivação urinária cutânea: Também conhecida como urostomia, nesta técnica a uretra é completamente removida e a urina é desviada diretamente para a pele do abdômen através de um estoma. Uma bolsa coletora externa é usada para coletar a urina.
A escolha da derivação urinária depende de vários fatores, incluindo a extensão da cirurgia, a saúde geral do paciente, a presença de outras condições médicas e as preferências individuais do paciente e do cirurgião.
Como qualquer cirurgia, a cistectomia apresenta alguns riscos e complicações, incluindo sangramento excessivo, infecção, lesão em órgãos adjacentes, complicações relacionadas à anestesia, e problemas de cicatrização da incisão.
Os benefícios da cistectomia incluem a remoção de tumores cancerígenos, alívio dos sintomas associados a condições graves da bexiga, prevenção da disseminação do câncer para outros órgãos, e melhoria na qualidade de vida do paciente.
A cistectomia é geralmente realizada sob anestesia geral, o que significa que o paciente estará completamente inconsciente durante o procedimento e não sentirá dor.
Antes da cistectomia, o paciente pode precisar realizar exames de sangue, urina e imagem para avaliar sua condição de saúde geral. Além disso, o médico pode fornecer instruções específicas sobre o que comer ou beber nas horas que antecedem o procedimento.
O tempo de recuperação após uma cistectomia pode variar dependendo do tipo de procedimento realizado e das condições específicas do paciente. Geralmente, os pacientes precisam ficar no hospital por alguns dias após a cirurgia para monitoramento e cuidados pós-operatórios. A recuperação completa pode levar algumas semanas a meses, durante as quais o paciente pode precisar de acompanhamento médico regular e fisioterapia para ajudar na recuperação e adaptação às mudanças no funcionamento do trato urinário.